O desejo e o morango do amor.
Por Paulo Moriassu Hijo.

O tipo humano é um ser dotado de três disposições, quando se refere à comida: apetite, desejo e vontade. O apetite se manifesta quando a fome chega. É quando o corpo, através de processos químicos, avisa o cérebro que precisa de alimento, que está com pouca energia. Com a necessidade de repor a glicose (energia) que falta no organismo, o hormônio que provoca a vontade de comer (fome) é liberado. Daí, dá-se o apetite.
O desejo não depende da fome e pode não estar relacionado com a comida. Pode ser por qualquer coisa, inclusive por coisas sem muita importância, que não é essencial para a nossa sobrevivência. É um querer comer, ter, visitar, viajar, etc., que se bastante intenso, nada pode detê-lo. A vontade é um sentimento nobre. Portanto, é uma faculdade, que o ser humano tem para fazer escolhas. Nesse sentido, a vontade deve reinar sobre o desejo, como o de comer doce por um diabético. Como ele não pode consumir açúcar, a vontade de não sofrer de hiperglicemia prevalece.
Então, ele evita doces. Mas nem sempre é possível a vontade dominar o desejo. Por exemplo, quando o desejo for forte o suficiente para sobrepor à vontade, ele sempre vencerá. É o que está acontecendo com uma fruta coberta com brigadeiro branco e passada numa calda vermelha, que, cristalizada atrai multidão. Deram o nome de morango do amor a essa guloseima, que virou febre. Tanto é que o povo não está conseguindo controlar o seu desejo.

Acessar o conteúdo