Porque não pensar na cultura como um complemento às prescrições médicas?
Cuidados com a saúde física e mental podem dialogar com o consumo de cultura edificante? A intuição nos diz que sim, fora de qualquer dúvida.
Reproduzimos abaixo artigo publicado no jornal online ” O Público”, na seção Bem-Estar, criado por Bárbara Wong em junho de 2023.
“Em vez de fármacos, médicos no Alentejo vão prescrever cultura
Especialistas nacionais e internacionais reúnem-se em Évora para partilhar experiências de prescrição médica de actividades culturais e artísticas para melhoria dos níveis de saúde e bem-estar.”
Em vez de fármacos, médicos no Alentejo vão prescrever cultura
É já na próxima semana que cerca de oito dezenas de médicos em oito municípios do Alentejo Central vão passar a prescrever cultura. A iniciativa insere-se no âmbito do Transforma – Programa para Uma Cultura Inclusiva do Alentejo Central e, nesta quinta-feira, no Teatro Garcia de Resende, em Évora, decorre uma conferência internacional onde serão partilhadas as experiências dos países escandinavos e também do Reino Unido, sobre como é que a arte pode contribuir para a construção de comunidades saudáveis.
Quantas pessoas vão ao centro de saúde porque se sentem sozinhas em casa?, pergunta a psicóloga clínica Patrícia Claudino, representante do Ministério da Saúde no Núcleo de Supervisão Técnica do distrito de Évora, e uma das responsáveis pelo projecto de Prescrição Cultural. Este foi pensado para “utentes com características muito específicas”, contextualiza Ana Isa Coelho, técnica superior na Comunidade Intermunicipal dos Municípios do Alentejo Central (CIMAC), ao PÚBLICO. São pessoas com problemas de saúde mental ligeiros ou moderados, de todas as idades.
Em termos práticos, a pessoa dirige-se ao seu médico de família — ao todo são cerca de 80, em oito municípios (Alandroal, Arraiolos, Borba, Estremoz, Évora, Montemor-o-Novo, Portel e Redondo), que tiveram formação para o efeito — e este avalia se o que o doente precisa é de ser medicado ou se o que precisa é de ter actividade cultural. Os pacientes não deixarão de ser medicados e acompanhados por médicos no que diz respeito às questões de saúde, passam é a ter esta alternativa nos casos em que a prescrição cultural seja uma possibilidade, salvaguarda Ana Isa Coelho. “O médico não impõe, mas propõe”, declara.
Fica a sugestão aos governantes brasileiros: que tal promover um projeto semelhante??
Confira a íntegra do artigo, clicando no link abaixo:
https://www.publico.pt/2023/06/22/impar/noticia/farmacos-medicos-alentejo-vao-prescrever-cultura-2054172